2009-12-30

Quelimane: a qualidade de vida, hoje


Quelimane, 2009: uma fotografia (que recolhemos no blogue “Realidades”) que ilustra a qualidade de vida dos cidadãos, hoje… Será que (também por cá, em Portugal) ainda há quem aplauda a acção governativa da Frelimo?

A Marginal de Quelimane, hoje


Quelimane, 2009: uma fotografia da Marginal (que recolhemos no blogue “Realidades”) que evidencia o progresso da capital da Zambézia depois de mais de três décadas de gestão frelimista…

2009-12-23

Viva o Natal


Será que nós podíamos viver sem o Natal?
- Sim, podíamos, mas não seria a mesma coisa!...

Viva, vivam o Natal!

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Ilustração: Imagem recolhida em Candy Candy … Un Nuevo Amañecer

2009-09-28

Jacarandás, em Maputo


Da Ana de Amsterdam, Junho - uma fotografia que vale pena olhar com olhos de ver. Ou ver, com olhos de olhar.

Ou talvez só distraidamente.

2009-09-27

Pelo Rio dos Bons Sinais, hoje


Na sequência da fotografia anterior, uma outra – actual - publicada por Sorriso e Verdades no Blogue “Realidades", de Evans Bacar, sob o título de “O outro transporte mascote de Quelimane, um meio de transporte quase que tradicional no Rio dos Bons Sinais em Quelimane”. Para confrontarmos tempos diferentes, outras realidades…

De jangada…


… Num tempo (fotografia não datada) em que a jangada era o meio de transporte, de uma para a outra margem e para o machimbombo cumprir o percurso.

Pela Zambézia, eu fiz algumas viagens no tradicional machimbombo, viagens de duas-três centenas de quilómetros que por vezes rememoro para me deter num ou noutro episódio: quando, por exemplo, o machimbombo parou para permitir que uns quantos macacos atravessassem a estrada poirenta, quando, numa subida mais íngreme, todos nós os passageiros descemos para o empurrarmos, quando…

Jangada não, não cheguei a experimentar…

2009-09-25

Karingana ua Karingana


Com tempo (ou com mais disponibilidade), eu publicarei o poema que seleccionei para apresentar este livro de José Craveirinha - talvez o primeiro que se publicou em Moçambique após a revolução (?) em Portugal que conduziria ao controverso processo de independência das províncias ultramarinas (ou, noutra perspectiva, das colónias portuguesas), nomeadamente de Moçambique – para tantos de nós a pátria (e)terna. Por agora, apenas transcrevo (do Livro IV – Tingolé) um conjunto de versos que enunciam a moçambicanidade de um homem que mais tarde diria, com a alma ferida, - evocando (Fernando) Pessoa, na esteira de (Luís de) Camões - que “a minha pátria é a língua”.

Ao meu belo pai ex-emigrante

(…)

Oh, Pai:

Juro que em mim ficaram laivos
do luso-arábico Aljezur da tua infância
mas amar por amor só amo
e somente posso e devo amar
esta minha bela e única nação do mundo
onde minha mãe nasceu e me gerou
e contigo comungou a terra, meu Pai.
E onde ibéricas heranças de fados e broas
se africanizaram para a eternidade nas minhas veias
e teu sangue se moçambicanizou nos torrões
da sepultura de velho emigrante numa cama de hospital
colono tão pobre como desembarcaste em África
meu belo Pai ex-português.

(…)

O livro (que me custou 110$00 – cento e dez escudos, na moeda de então) foi publicado em Lourenço Marques, em Maio de 1974, pela Edição Académica, Lda.. As ilustrações – capa e vinheta – são de José Craveirinha, filho. E nas badanas, os comentários são de Cansado Gonçalves (datado de1963), Rui Baltazar (idem), Eugénio Lisboa (1962) e de Tristan Tzara (1964).

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NC: Como o próprio José Craveirinha anota (nas páginas finais do livro) no “Glossário XI – Ronga – PortuguêsKaringana-Ua-Karingana! é uma “fórmula clássica de iniciar um conto e que possui o mesmo significado de o “Era uma vez”.

2009-09-20

"Os Milagres", de Jorge Viegas


Jorge Viegas, poeta, nasceu em Quelimane. “A 6 de Novembro de 1947”, como assinala na segunda página do livro “Os Milagres – Poemas”, de 1966, editado pela Sociedade Gráfica Transmontana, Lda. (de Quekimane). Um primeiro livro que Jorge Viegas dedica “À minha Mãe“ e “À Conceição”.

Deste seu livro - que agora reencontrámos - seleccionámos dois poemas, o primeiro e o último do “Terceiro Caderno”. Poemas que nos dispensamos de comentar.

O primeiro, “Inscrição”, dedica-o o autor “À memória de Reinaldo Ferreira” - um dos poetas maiores de Moçambique e da língua portuguesa. O outro, “Poema final”, expressa corajosamente uma vontade juvenil que a história transfiguraria.


Inscrição

É-nos vedado o poema natural
Como o vento e a água,
O canto livre de deuses e bandeiras.
Os nossos sonhos são maneiras
De esculpir a mágoa,
E cristalizar-lhe o sal.


Poema Final

Não me façam a alma nem sargaço nem estrela,
Mas se a minha alma não for bela
Tomai-a vós,
Atai-a com cinco nós
E não permiti que ela cante.
Sòmente,
Deixai que a água da chuva caia sobre nós.
Pois que se bebermos dela
É como se fôssemos puros,
É como se fôssemos eleitos

Outros tempos…


Quelimane, noutra fotografia sem data. Uma perspectiva do jardim municipal e dos edifícios das Fazendas e da Escola (Primária) Vasco da Gama. Outros tempos… Talvez a preto e branco mas de esperança...

... Esperança que a história frustraria, como sabemos.

O que é que o rio tem?


Quelimane. Uma fotografia (sem data) de um instante na Marginal. Uma das fotografias que a Maria (é assim que se tem identificado nos “Comentários”) nos facultou e que começamos hoje a divulgar. Para os mais atentos, uma fotografia curiosa, mesmo muito curiosa, susceptível de proporcionar os mais diversos comentários. Um, líquido, à guisa de pergunta: - O que é que o rio tem?...

"O Amor Diurno"


Em teu sereno rosto
se ergueu o vento
querida
uma leve crispação
corre a sua linha de água
em tuas feições ondulando
querida

Teus olhos se fecharam
querida
lagos sobmersos
pejados de trevas e desejos
de prazer e dor
ó doce querida

Mar nocturno e agitado
e sua audível presença
querida
um grito surdo
túmido e lento agoniza
em tua garganta opressa
ó doce querida

Tuas mãos esguias
minha querida
asas transparentes e brancas
de aves aquáticas
um vento de loucura
as possui e agita
desnorteados barcos
navegando às cegas no meu corpo
minha querida

Em teu sereno rosto
agora apaziguado
o vento torna a ser brisa
querida
com a quietude das manhãs de verão
e a fadiga
já sobre a areia
depois do naufrágio
ó doce muito doce querida



O poema que transcrevemos é o poema 10 de “O Amor Diurno”, de Fernando Couto. Sobre o qual Eugénio Lisboa escreveu, na badana de “Feições para um retrato(*) que “é um livro de franca exaltação amorosa, melhor: de exaltação da beleza e do prazer. É um livro de um esteta, de um amante inequívoco da beleza do corpo, das imagens, do gozo sensual…”.

O livro - uma “(…) edição fora do mercado, (…) composta por 150 exemplares, todos numerados e assinados pelo autor” –, com capa e ilustrações por José Pádua, foi “Composto e impresso nas oficinas do “Notícias da Beira”, em "Outubro de 1962".

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(*) Colecção “Vozes de Moçambique” – Nº. 1, edição do ATCM, Beira, 1970/71.

2009-08-20

Ndjira


Vivências Moçambicanas”, é o título de um livro de Fernando Couto, recentemente (Maio, de 2009) editado em Maputo, que recolhe - como lemos no Ma-shamba - “uma série de crónicas jornalísticas com algum “sabor” literário resultantes da sua experiência como profissional de informação entre 1953 e 2009”.

Vivências Moçambicanas” é também um pretexto para Nós, do Comando divulgarmos um blogue pelo qual saberemos notícias dos livros que se publicam em Moçambique. O blogue da Editora Ndjira.

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Ilustração: Imagem recolhida em Fauna bravia, Caça e Caçadores de Moçambique.

2009-08-17

Um casal na Avenida


De certo modo para ilustrar a nota que escrevi à guisa de comentário ao post que a Zambeziana Graça Pereira publicou sobre a Avenida Marginal, em Quelimane, e, sobretudo, para corresponder ao agradecimento da Maria – “Bem Haja, continuem a publicar” -, eis a fotografia de um casal sentado no murete da Avenida que na cidade do Chuabo margina o Rio dos Bons Sinais. Um casal que a Maria conhece: os seus pais – José e Virgínia Vaz Marques.

2009-08-07

Ficheiros Secretos da Descolonização


Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola”, de Leonor Figueiredo, jornalista, é um livro de leitura (quase) obrigatória. Por todos nós, aqueles que queremos saber a verdade sobre o processo de descolonização. De Angola, e de Moçambique e dos outros territórios que política e administrativamente integravam o espaço português.

Detendo-me em Moçambique, quase todos nós, os que nascemos e/ou crescemos no território que se estende desde o Rovuma até ao Maputo, à beira do Índico, afastámo-nos (in)voluntariamente para não nos submetermos à humilhação de (na melhor das hipóteses) sermos expulsos de um chão a que pertenciamos. A que pertencemos, porque a memória não se apaga e a história é irreversível.

Em relação a Angola, o Acordo de Alvor é um momento significativo, com pouca substância e menos esperança. Relativamente a Moçambique, o Acordo de Luzaka marca o início trágico da Independência. A Frelimo não era – como (quase) todos nós sabíamos – representativa da população moçambicana. E a história demonstrou-o, através de uma guerra civil que se prolongou por anos e provocou milhares de mortos e milhões de vítimas. Pessoas que perderam a vida ou se confrontaram com a vida absolutamente destroçada. No âmbito de um processo que (ainda) há quem entenda ter sido uma “Descolonização exemplar (*).

Do mesmo modo que a Leonor Figueiredo nos revela, corajosamente, os “Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola”, é, será, importante que alguém se interesse pelos “Ficheiros Secretos da Descolonização..." de Moçambique. Para se repor a verdade.

Eu, que saudei o fim do regime presidido por Oliveira Salazar e depois por Marcelo Caetano, que sempre me manifestei favorável à independência de Moçambique e dos outros territórios ultramarinos, opus-me ao Acordo de Luzaka. Frontalmente – como está documentado – mas sem armas. Apenas com argumentos que expressei publicamente, por acreditar na Democracia. Mas tive de me afastar da Pátria que escolhera. Para não ter a mesma sorte que outros tiveram. Entre outros, lembro-me da Joana Simeão (até presencialmente, em Quelimane), uma mulher que defendia um projecto (talvez diferente do da Josina Machel, com quem que também estive em Quelimane, no pavilhão do Sporting, num encontro sobre Educação) e lutava por uma pátria livre. E que terá acabado por morrer algures no Niassa, num eufemístico “Campo de Reeducação”…

Ficheiros Secretos da Descolonização de Angola”, é um livro para ler. E analisar.

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(*) Sugiro a consulta e a leitura atenta dos muitos “posts” publicados por José Milhazes, jornalista, em “Da Rússia” sob o título de “Contributo para História (Moçambique)”. Enquanto não são (admito que não sejam) publicados em Portugal (entre outros) os livros "Memórias do Trabalho em Moçambique", de Piotr Evsiukov, primeiro embaixador da (então) URSS em Maputo e "Os Nossos Primeiros Passos em Moçambique", de Arkadi Glukhov, encarregado de negócios da (também então) URSS na capital moçambicana.

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Ilustração: Imagem recolhida em “Da Rússia”.

2009-07-26

Num dia muito particular


Em Quelimane, noutro fim de dia também muito particular, a Maria Eugénia, o Pai e as nossas vizinhas, dias depois de eu me ter afastado de Moçambique…

Na Praia


Na Praia da Zalala, na década de 60 (1960)… A Gena (Maria Eugénia) e as primas. Da esquerda para a direita: , São, Gena e Milai.

O Adriano


Eu conheci o Adriano em Mocuba, em 1972, durante uma festa no ringue do Clube dos Ferroviários. Nessa noite, animadérrima, o Adriano foi vocalista dos “The Blue Twisters”. Eu fui falar com ele e pedi-lhe, por razões que só a gente jovem sabe, que, se soubesse(m), interpretasse(m) uma canção então muito em voga: - “Ma belle amie…”. O Adriano não sabia…

Dois anos mais tarde (em Junho de 1974), em Quelimane, entre outras cantigas, o Adriano interpretou para todos nós, ao longo de uma noite particular, uma composição original: - “Gazela…”.

Por onde andará o Adriano? ...


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Nota: Pelo final de uma tarde de 1981, numa das ruas centrais da cidade do Porto, eu reconheci a “Ma belle amie” na mulher que caminhava apressada - e tão (in)segura como a jovem empregada da livraria/papelaria de Mocuba…

2009-07-16

Grupo das Janeiras


Embora sem data, no verso desta fotografia há uma anotação: - “Para recordação do Grupo das Janeiras”.

Baile de Finalistas


Uma fotografia de conjunto, para recordação, dos finalistas do Liceu de Quelimane. Ano lectivo 1970-1971.

Jovens


Um grupo de jovens, num jardim de Quelimane. Numa fotografia sem data.

No Rio dos Bons Sinais


No Rio dos Bons Sinais, num barco tão inseguro como a almadia?

2009-07-15

Uma viagem de Maputo a Quelimane


No final (quase) de uma viagem de Maputo a Quelimane, em 2007, que vale a pena ler

E depois acompanhar o trabalho da ATACA, Associação de Tutores e Amigos da Criança Africana, também em Quelimane.

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Ilustração: Fotografia recolhida em Ataca MZ 07 .

2009-07-02

Estudantes


Um grupo de alunas da Escola (..), com as professoras Maria Eugénia e (..) numa fotografia sem data. Talvez de 1973…

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NC.: Comprometo-me a obter as informações em falta. A memória por vezes não funciona tão bem quanto eu quero… E seria interessante que as alunas se identificassem ou que alguém as identifique.

2009-07-01

Quelimane


Quelimane, num Postal Ilustrado. De 1966.

No aeroporto de Quelimane


Num recorte de jornal, sem data, uma fotografia com a legenda “Na gare do rústico aeroporto de Quelimane, o movimento é intenso à chegada e partida dos aviões”.

Em primeiro plano, afastando-se pelo lado esquerdo, Guilhermino Gonçalves de Sousa.

Escuteiros em Quelimane


Numa fotografia sem data, um grupo de pequenos escuteiros liderado pela Maria Eugénia.

…Todos os pequenos escuteiros terão hoje mais de 40 (quarenta) anos de idade!...

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Ilustração: Fotografia por Foto- Lusitana, Quelimane.

Uns olhos que espreitam


Quelimane, Junho de 1974. Uns olhos que espreitam…

(Em particular, para a Zambeziana)

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Ilustração: Fotografia por Foto- Lusitana, Quelimane.

2009-06-29

Pancho Guedes: fotógrafo, pela saúde da mãe moçambicana



O autor do arranjo gráfico e das fotografias de “Bebé Mamã” (um pequeno livro que reencontrei ao arrumar uma das estantes do meu escritório) é uma figura relevante no mundo arte, sobretudo no domínio da arquitectura – que alguém disse ser “arte com gente dentro”. Em Moçambique, primeiro, e depois por aí, A. d’Alpoim Guedes é o ”Pancho” Guedes, cuja obra é objecto de uma exposição no Museu Berardo, em Lisboa, aberta ao público até 09/98/16.

Na exposição – “Pancho Guedes, Vitruvius Mozambicanus” -, que eu ainda não vi, provavelmente não estarão disponíveis os originais das fotografias que ilustram o livro de Deolinda Martins. Também por essa razão, decidi seleccionar e reproduzir duas dessas fotografias.

Uma ilustra o capítulo “O Desmame”, no qual Deolinda Martins ensina que a mãe “Deve continuar a dar leite ao seu filho, mas, a partir do 7º mês, é preciso fazer-lhe comer mais alguma coisa, porque, se lhe der só leite, o seu filho não virá a ser um homem forte (…)”. A outra mostra-nos “O Banho” para que a mãe saiba que “Deve lavar o seu filho todos os dias. Aqueça a água mas não muito; aqueça de modo que possa pôr o seu braço na água sem se queimar (…)”.

A outra razão para a reprodução das fotografias é sobretudo pessoal: enquanto profissional de saúde, congratulo-me com o empenho de A. d’Alpoim Guedes - o filho de Pancho Guedes - numa acção de Educação e Promoção da Saúde numa pátria que partilhámos: Moçambique.

Educação para Saúde, em Moçambique – antes da Independência


Bebé Mamã” é o título de um pequeno livro (43 páginas) editado pelo Serviço Extra-Escolar da Província de MoçambiquePara a Melhoria Educativa e Social das Populações Moçambicanas”. Não tem data de edição mas trata-se de um “Trabalho executado nas oficinas gráficas da Empresa Moderna, Lda.”, sediada em Lourenço Marques. O texto é de Deolinda Martins e as fotografias e arranjo gráfico são de A. d’Alpoim Guedes.

No livro, a autora propõe-se “ensinar” a mulher e mãe moçambicana a “tomar conta” do bebé – desde a alimentação à vacinação – para que o filho possa “vir a ser uma pessoa saudável e feliz”. Escreve Deolinda Martins, no final da Introdução: - “Deus queira que ele (o livro) a ajude a ser uma mãe boa e sabedora, ensinando-lhe e explicando-lhe coisas e dando-lhe coragem para as fazer”.

Adoptando os conceitos actuais, o livro seria classificado como material de Educação para Saúde – no âmbito, talvez, da Saúde Materna. Apesar da linguagem “maternalista”, “Bebé Mamã”, ainda hoje seria útil se a rede de unidades de prestação de cuidados de saúde tivesse subsistido após a independência. Transcrevemos da página dedicada à vacinação:

Os bebés devem ser vacinados durante os primeiros seis meses.
Nas Delegacias de Saúde das Cidades e nos Dispensários, fazem-se todas vacinas durante certos dias do mês. Se mora numa cidade ou perto de uma cidade, informe-se na Delegacia ou no Posto Sanitário mais próximo dos dias em que as vacinas são feitas, para lá levar o bebé.
No mato, a vacina contra a varíola é feita em qualquer dia que lhe convenha.
Para as outras vacinas, informe-se no Posto Sanitário da data em que será feita a próxima campanha
”.

Passaram-se quarenta anos…

2009-06-26

Saber organizar....


O Rui Nunes é empresário, mas tem uma vocação alternativa: a de promotor de eventos…

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Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira (09/05/23)

2009-06-18

Marrupa, em “Voando em Moçambique”


Voando em Moçambique” é um blogue onde se historia a aviação em Moçambique, bem documentado e profusamente ilustrado. Como escreveram na Apresentação - Luisa Hingá e José Vilhena, os autores -, “Voando em Moçambique” é “uma espécie de livro de bordo, com memórias da aviação civil em Moçambique”.

Nós, todos quantos integrámos o Comando de Agrupamento 2972, não viajámos para Marrupa de avião. Fomos de Berliet e talvez por essa razão não nos esquecemos desta placa, logo à entrada da vila…

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Ilustração: Fotografia por Nobre Furtado, recolhida em Voando em Moçambique

2009-06-06

Uma fotografia antiga


Por entre os meus papéis, no escritório desarrumado, encontrei esta fotografia. Antiga, muito antiga decerto. E (quase) de certeza tirada na Zambézia, provavelmente em Quelimane, numa Escola ou numa Missão. Não sei. No verso, a fotografia não tem qualquer informação.

Talvez algum leitor – eventualmente a
Zambeziana Graça Pereira – saiba identificar o local e/ou até alguém. Fico à espera.

2009-06-05

A uma das mesas


Uma pausa, para a fotografia – numa tarde em que o fotógrafo se revelou absolutamente inábil para o desempenho dessa função. Há tardes assim…

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Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira

O mundo é um lugar pequenino...


À mesa, o lugar (aparentemente) vago pertence-me. Levantara-me para tirar a fotografia. Em primeiro plano, a irmã (como o mundo é pequenino…) de uma colega (de Vila Nova de Tázem) do tempo em que eu frequentei o Colégio Nuno Álvares, em Gouveia, e com quem durante muitos meses (talvez dois anos lectivos) viajei quase diariamente na carrinha do colégio. Por vezes, pelo final do dia, conduzida pelo Dr. Sampaio - uma figura irreverente que (também) não esqueço…

………
Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira

De dedo em riste...


… Quase de certeza que o colega de pulover vermelho – uma figura (mais ou menos) pública com lugar cativo na Assembleia da República - foi sensível à convicção do colega que veio do Minho para expor tão convictamente, de dedo em riste, os seus argumentos…

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Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira

Vinho do Porto com (quase) quarenta anos


Velhote – pois não, passaram-se quase 40 anos -, o Apolinário olha com atenção para a garrafa de Vinho do Porto especial, personalizada e com referência à sua inclusão no Comando de Agrupamento 2972, unidade militar que nos juntou em Moçambique entre 1970 e 1972.

………
Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira

2009-06-02

Glória de Sant’Anna


Há pouco, pelo noticiário das 17.00 horas transmitido pela Antena 2, soube que a Glória de Sant’Anna falecera. Hoje, na casa em que se exilara depois de abandonar Moçambique e a sua cidade de Pemba (então Porto Amélia). Para a generalidade dos cidadãos portugueses será só um nome, indiferenciado como tantos outros. Para alguns, mais curiosos, foi (ou será lembrada como) a mãe de Rui Paes, seleccionado pela Madona para ilustrar um dos seus livros infantis. Porém, para quem lê e ama a poesia, sobretudo para quem lê e ama a poesia de Moçambique, Glória de Sant’Anna é (e será) um nome eterno.

Ns ruas do velho Chuabo, eu e o Diniz (Sebastião Alba) liamos os seus versos, diziamos alguns dos seus poemas. Num dos Encontros promovidos pelo Centro Juvenil da cidade, eu dediquei o espaço de poesia à Glória de Sant’Anna. E a Tó Brandão (do RCM, Rádio Clube de Moçambique), cumplíce, disse – como já escrevi noutro local – um dos seus poemas mais íntimos: Maternidade.

Nesta nota, brevíssima, escrita na penumbra da mágoa pela perda de uma voz amiga, insisto em lembrar(-me) que “Eu um dia serei uma poalha de vento”…

"Epitáfio

Eu um dia serei uma poalha de vento
pousando inadvertidamente em tua face

e me sacudirás

Eu um dia serei uma réstea de chuva
caída por acaso em tua fronte

e me sacudirás

E eu um dia serei a última lembrança
imponderável já na tua mente

e então me esquecerás"

…………………………………..
Ilustração: Imagem recolhida em
Porto Amélia - Pemba - Poesia

2009-05-31

Sónia Sultuane


Sónia Sultuane. Moçambicana, jovem, poeta.

Poeta, num país novo. De uma geração que atravessou a guerra civil e escreve sobre a vida. E os afectos. A sua vida, os seus afectos.

Africana. Num país multicultural, que se procura nas contradições.

dizes que me querias sentir africana,
dizes e pensas que não o sou,
só porque não uso capulana,
porque
(…)”

2009-05-29

Foi a Pastelaria “Riviera”…


Eu já sabia desta mudança. Em Quelimane, a “velha” Pastelaria Riviera deu lugar ao “Restaurante do Seu Sonho”, um restaurante chinês.

Mudam-se os tempos…

…………………….
Ilustração: Fotografia recolhida em Quelimane

2009-05-25

No monumento a Nossa Senhora


Em Marrupa, em 2004

…………………….
Ilustração: Fotografia por Samuel Peixoto.

2009-05-23

Um dia de convívio


Regressei a casa há cerca de vinte minutos. Depois de corresponder às chamadas telefónicas que me fizeram durante a minha ausência, servi-me de um whisky (espero que a minha Médica não leia este “post”), a que adicionei um pouco de água, (excepcionalmente) coloquei três cds com música dos Anos 60 na gaveta do leitor e sentei-me ao computador.

Durante o dia estive com os colegas com quem prestei serviço militar em Moçambique. Apesar de não estar bem de saúde, atrevi-me a sair de casa e perto do meio dia estava na Quinta dos Loridos onde, a pouco e pouco, todos nos reencontrámos. Cerca de 40 anos mais velhos, desde que em Moçambique, entre o Niassa e a Zambézia, partilhámos a desventura de participarmos numa guerra que não queriamos.

Dalí, numa longa fila de automóveis – provavelmente para não nos esquecermos da “Coluna em Marcha” -, seguimos para a Quinta do Castro, em Pragança, onde decorreu o almoço.

Para mim, o almoço foi só um pretexto para convivermos. E as conversas, nas diferentes mesas, foram animadas. Até que uma jovem decidiu – conforme o programa previa - assegurar a animação. A jovem talvez até cante bem, mas o som (e serei benevolente nesta apreciação) estava péssimo. O que chegava às mesas era apenas ruído. Eu ainda pedi para que calassem a jovem (a menos culpada, decerto), mas em vão. Resultado: aturdidos pelo ruído (a Musak precisa de ser objecto de regulamentação), e sem a menor hipótese de continuarmos a conversar, começámos a abandonar o local.

Despedi-me de alguns colegas e familiares e regressei a casa. Já reparei que nem a minha máquina fotográfica funcionou – por inépcia minha, admito-o. Poucas fotografias estão em condições de ser publicadas. Talvez para o ano, seja melhor. Neste momemto, chove e eu oiço “Apache”, dos Shadows….
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Ilustração: Fotografia por Duarte d’Oliveira (09/05/23).

2009-04-01

Quase 40 anos depois…


Mais uma vez organizado pelo Rui Nunes, que se especializou nesta matéria (palavra que estive para escrever “neste tipo de eventos”), brevemente realizar-se-á mais um encontro em que todos nós teremos oportunidade de confirmar que estamos mais velhos mas conservamos a memória jovem para evocarmos tempos idos – quando pacientemente esperávamos pela manhã em que nos libertariamos da farda para voltarmos a ser pessoas livres.

Já se passaram quase quarenta anos.

Brevemente divulgarei o Programa elaborado pelo Rui Nunes. Entretanto, posso adiantar que para antes de almoço está prevista uma visita guiada ao Buddha Eden - ou Jardim da Paz - na Quinta dos Loridos, no Carvalhal, Bombarral, cuja inauguração está prevista para Junho (*) … O Rui Nunes lá saberá por quê!...

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(*) InO intrigante mundo de Joe Berardo”, por Luis Maio, no suplemento “Fugas” do Público (edição de 09/03/28).

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Ilustração:Exército de Terracota”, fotografia recolhida em Buddha EdenJardim da Paz.

2009-02-22

A Guerra Colonial, 1961 – 1974


Vasco Lourenço, na mensagem inicial expressa um objectivo: conhecermos melhor a Guerra Colonial, “um dos acontecimentos mais importantes da nossa história contemporânea”.

Para tanto, com a colaboração de diferentes pessoas e entidades, a Associação de 25 de Abril construiu um sítio onde se propõe “tratar todos os aspectos da Guerra Colonial”.

Independentemente da opinião política de cada um de nós sobre aquele período controverso, no qual tivemos uma participação activa – o serviço militar era obrigatório -, reconhecemos que o sítio deve merecer a atenção de todos.

De todos os Cidadãos de Portugal e dos países que foram Províncias Ultramarinas. Por essa razão, nós divulgamos o sítio da Guerra Colonial, 1961 – 1974.

2009-01-18

Teresa Coelho


Cruzámo-nos, decerto, em alguma das ruas ou avenidas da cidade do Rio dos Bons Sinais (Quelimane), em Moçambique. Depois, aqui em Portugal, eu acompanhei a sua trajectória nos jornais que continuo a ler. E o seu trabalho, enquanto escritora e editora. Há pouco, por um noticiário televisivo, eu soube que faleceu. Assim, de súbito. E o silêncio sobreveio.

………….
Ilustração: Fotografia de Luis Vasconcelos recolhida em Ciberescritas.