
Jorge Viegas, poeta, nasceu em Quelimane. “A 6 de Novembro de 1947”, como assinala na segunda página do livro “Os Milagres – Poemas”, de 1966, editado pela Sociedade Gráfica Transmontana, Lda. (de Quekimane). Um primeiro livro que Jorge Viegas dedica “À minha Mãe“ e “À Conceição”.
Deste seu livro - que agora reencontrámos - seleccionámos dois poemas, o primeiro e o último do “Terceiro Caderno”. Poemas que nos dispensamos de comentar.
O primeiro, “Inscrição”, dedica-o o autor “À memória de Reinaldo Ferreira” - um dos poetas maiores de Moçambique e da língua portuguesa. O outro, “Poema final”, expressa corajosamente uma vontade juvenil que a história transfiguraria.
Inscrição
É-nos vedado o poema natural
Como o vento e a água,
O canto livre de deuses e bandeiras.
Os nossos sonhos são maneiras
De esculpir a mágoa,
E cristalizar-lhe o sal.
Poema Final
Não me façam a alma nem sargaço nem estrela,
Mas se a minha alma não for bela
Tomai-a vós,
Atai-a com cinco nós
E não permiti que ela cante.
Sòmente,
Deixai que a água da chuva caia sobre nós.
Pois que se bebermos dela
É como se fôssemos puros,
É como se fôssemos eleitos
Deste seu livro - que agora reencontrámos - seleccionámos dois poemas, o primeiro e o último do “Terceiro Caderno”. Poemas que nos dispensamos de comentar.
O primeiro, “Inscrição”, dedica-o o autor “À memória de Reinaldo Ferreira” - um dos poetas maiores de Moçambique e da língua portuguesa. O outro, “Poema final”, expressa corajosamente uma vontade juvenil que a história transfiguraria.
Inscrição
É-nos vedado o poema natural
Como o vento e a água,
O canto livre de deuses e bandeiras.
Os nossos sonhos são maneiras
De esculpir a mágoa,
E cristalizar-lhe o sal.
Poema Final
Não me façam a alma nem sargaço nem estrela,
Mas se a minha alma não for bela
Tomai-a vós,
Atai-a com cinco nós
E não permiti que ela cante.
Sòmente,
Deixai que a água da chuva caia sobre nós.
Pois que se bebermos dela
É como se fôssemos puros,
É como se fôssemos eleitos
1 comentário:
Fizeste bem em postar o Jorge Viegas. Tenho este livro oferecido por ele próprio com uma dedicatória muito carinhosa.Quando ele publicou este livro, estávamos no Centro e, como é natural, fizemos-lhe uma grande festa! Saudosos tempos. Graça
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