2006-10-16
2006-10-13
2006-10-12
Quelimane, Agosto de 2006
2006-10-11
O Banco, a pobreza e a gente nova
2006-10-06
Estalagem S. Cristóvão - II
Na falta de fotografias do Quartel (ou do Aquartelamento, como já me corrigiram), mais algumas fotos de um dos departamentos no exterior…, perdão da ex-Estalagem S. Cristóvão, em Mocuba.
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Fotografias por José Cavalheiro (Agosto, 2006)
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Fotografias por José Cavalheiro (Agosto, 2006)
Estalagem S. Cristóvão
Voltaremos a estas fotografias. Até porque aqui, no Bar e na Esplanada da então Estalagem S. Cristóvão, vivemos muito do tempo em que estivemos em Mocuba. Foram longas as conversas, bebemos muita cerveja.
Agora… O Cavalheiro (como nos disse, à guisa de legenda para a fotografia) tem na mão “A (única) Coca-Cola do bar, uma bebida fora do alcance de muita gente”.
Voltaremos a estas fotografias.
Agora… O Cavalheiro (como nos disse, à guisa de legenda para a fotografia) tem na mão “A (única) Coca-Cola do bar, uma bebida fora do alcance de muita gente”.
Voltaremos a estas fotografias.
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Fotografias por José Cavalheiro (Agosto, 2006)
2006-10-04
Mocuba, o velho quartel
Mocuba, o velho quartel com novos inquilinos. Não pudemos entrar porque não trazíamos uma carta para mostrar ao comandante. “Nem pode tirar fotografias”, como se vê.
O Cavalheiro esteve em Moçambique e visitou (entre outros locais) Quelimane, Mocuba e Gurué. Trouxe dezenas de fotografias. Fotografias que ilustram uma viagem que foi também "um regresso ao passado".
Ao longo dos próximos dias, publicaremos todas as fotografias, acompanhadas pelas legendas que o Cavalheiro preparou.
Por opção pessoal, começamos por uma porta que todos nós (ex-militares do Comando de Agrupamento) lembramos…
O Cavalheiro esteve em Moçambique e visitou (entre outros locais) Quelimane, Mocuba e Gurué. Trouxe dezenas de fotografias. Fotografias que ilustram uma viagem que foi também "um regresso ao passado".
Ao longo dos próximos dias, publicaremos todas as fotografias, acompanhadas pelas legendas que o Cavalheiro preparou.
Por opção pessoal, começamos por uma porta que todos nós (ex-militares do Comando de Agrupamento) lembramos…
(Obs.: Clique sobre a fotografia.)
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Fotografia por José Cavalheiro
2006-09-08
De Quelimane - mais uma vista aérea...
Quelimane, pela Marginal
2006-07-25
Sequência de um acidente, num dia bem passado...
Retomamos Óbidos para publicarmos mais algumas fotografias do Encontro que nos mobilizou para “Um dia bem passado…”, como escreveu o Barata da Rocha.
Admitimos, porém, que para a jovem protagonista desta série não foi só um dia bem passado… Um ligeiro acidente e a pronta intervenção do médico (Gunderson Marques) e do enfermeiro (Pata da Silva).
Atente-se que na ausência de outros recursos não se esqueceram dos métodos menos ortodoxos que na gíria militar se definiam por desenrascar…
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Fotografias por Barata da Rocha
Admitimos, porém, que para a jovem protagonista desta série não foi só um dia bem passado… Um ligeiro acidente e a pronta intervenção do médico (Gunderson Marques) e do enfermeiro (Pata da Silva).
Atente-se que na ausência de outros recursos não se esqueceram dos métodos menos ortodoxos que na gíria militar se definiam por desenrascar…
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Fotografias por Barata da Rocha
2006-07-20
Uma maravilha da tecnologia
É uma maravilha da tecnologia.
Mas é, também, um pesadelo. Alguém nos espreita, permanentemente…
Fiquemo-nos pela maravilha. E passeemos por Quelimane, com a colaboração do Google Earth. Na imagem, o Cinema Águia, sem cobertura, abandonado…
Mas é, também, um pesadelo. Alguém nos espreita, permanentemente…
Fiquemo-nos pela maravilha. E passeemos por Quelimane, com a colaboração do Google Earth. Na imagem, o Cinema Águia, sem cobertura, abandonado…
2006-07-03
Alguns momentos de um dia bem passado!
2006-06-21
Cinema Águia, em 2005.
Sobre o Cinema Águia, no post “Quelimane – Cinema Águia” que publiquei em 06/05/18, escrevi que “Hoje, do Cinema Águia só restam as paredes exteriores”.
Hoje, proponho o visionamento do vídeo de Carlos Araújo que nos mostra aquela sala de espectáculos em 2005.
Ao amigo (desde Mocuba) Omar Rashid, eu só posso dizer que admito algumas razões para a ruína…
Hoje, proponho o visionamento do vídeo de Carlos Araújo que nos mostra aquela sala de espectáculos em 2005.
Ao amigo (desde Mocuba) Omar Rashid, eu só posso dizer que admito algumas razões para a ruína…
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Ilustração: Imagem recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/zambeziamarco95.msnw .
A Escrita de Anton
Por Duarte d’Oliveira
Foi no Coco, snack-bar no rés-do-chão do Hotel Chuabo, em Quelimane, que o Diniz me apresentou o seu irmão António. Numa espécie de troca de galhardetes porquanto eu apresentei-lhe o meu irmão Luís, que chegara à capital da Zambézia para completar o serviço militar depois de mais de um ano na região de Tete.
O meu irmão, quando se anunciou o Acordo de Lusaka, por ser o oficial mais antigo, assumiria temporariamente o comando do destacamento (em Quelimane) em virtude do respectivo comandante (um oficial miliciano) se ter transferido para a FRELIMO.
O António, por razões particulares, afastara-se do “Notícias da Beira” e estava na cidade para se despedir da família antes de iniciar a viagem para Lisboa, onde ingressaria no Expresso e onde se propunha licenciar-se em História. A viagem incluiria uma escala em Roma, a cidade monumental. Mas, enquanto se dirigia para Lourenço Marques, de automóvel – “ (…) numa curva, a lua surpreendeu-o…”, disse-me o Diniz –, despistou-se e morreu. Estávamos a 20 de Janeiro de 1974.
“Nossa humildade insolúvel / debate-se e o silêncio ainda é / uma solução pavorosa / Primeiro eles: um fio obscuro / doba-se interminavelmente / na tua matriz/ e a clara mudez do velho (em teu louvor) / faz por dentro um barulho dos demónios” – escreveu o Sebastião Alba (ao Anton) em “Uma pedra ao lado da evidência” (1).
Quase um ano depois (em 2 de Fevereiro de 1975) o Diniz ofereceu-me “O Ritmo do Presságio” (2) que abre com uma dedicatória. – “À memória do meu irmão António”.
Agora, a Quási, ao editar “A Escrita de Anton”, com organização e um estudo introdutório por Calane da Silva, permite-nos o reencontro com o jornalista e o escritor reservado, autor de contos (3) e lendas (4), António Carneiro Gonçalves. E a possibilidade de nos determos no seu olhar “sobre tudo o que na década de 1960 e na primeira parte de 1970 se publicava nos jornais da Beira e de Lourenço Marques” (5)
Mas eu não sei se o António Carneiro Gonçalves aprovaria “A Escrita de Anton”. Mas é só uma dúvida, pessoal…
…………………….
(1) “Antologia Poética”, com selecção, apresentação e notas de Vergílio Alberto Vieira, “Campo das Letras – Editores, SA", Porto, Novembro de 2000.
(2) Colecção “O som e o sentido”, Académica, Lda., Lourenço Marques, Outubro de 1974.
(3) “Contos Recolhidos”, volume Nº. 5 da Colecção “O som e o sentido”, Académica, Lda.
(Obs.: Não tenho este volume, que terá sido editado depois de eu sair de Moçambique, em Março ou Abril de 1975.)
(4) “Contos e Lendas”, Colecção “Autores Moçambicanos”, Edições 70, Lda., Maio de 1981, Lisboa.
(5) J. H. (Jorge Heitor), suplemento “Mil Folhas”, do Público, edição de 06/06/03.
Foi no Coco, snack-bar no rés-do-chão do Hotel Chuabo, em Quelimane, que o Diniz me apresentou o seu irmão António. Numa espécie de troca de galhardetes porquanto eu apresentei-lhe o meu irmão Luís, que chegara à capital da Zambézia para completar o serviço militar depois de mais de um ano na região de Tete.
O meu irmão, quando se anunciou o Acordo de Lusaka, por ser o oficial mais antigo, assumiria temporariamente o comando do destacamento (em Quelimane) em virtude do respectivo comandante (um oficial miliciano) se ter transferido para a FRELIMO.
O António, por razões particulares, afastara-se do “Notícias da Beira” e estava na cidade para se despedir da família antes de iniciar a viagem para Lisboa, onde ingressaria no Expresso e onde se propunha licenciar-se em História. A viagem incluiria uma escala em Roma, a cidade monumental. Mas, enquanto se dirigia para Lourenço Marques, de automóvel – “ (…) numa curva, a lua surpreendeu-o…”, disse-me o Diniz –, despistou-se e morreu. Estávamos a 20 de Janeiro de 1974.
“Nossa humildade insolúvel / debate-se e o silêncio ainda é / uma solução pavorosa / Primeiro eles: um fio obscuro / doba-se interminavelmente / na tua matriz/ e a clara mudez do velho (em teu louvor) / faz por dentro um barulho dos demónios” – escreveu o Sebastião Alba (ao Anton) em “Uma pedra ao lado da evidência” (1).
Quase um ano depois (em 2 de Fevereiro de 1975) o Diniz ofereceu-me “O Ritmo do Presságio” (2) que abre com uma dedicatória. – “À memória do meu irmão António”.
Agora, a Quási, ao editar “A Escrita de Anton”, com organização e um estudo introdutório por Calane da Silva, permite-nos o reencontro com o jornalista e o escritor reservado, autor de contos (3) e lendas (4), António Carneiro Gonçalves. E a possibilidade de nos determos no seu olhar “sobre tudo o que na década de 1960 e na primeira parte de 1970 se publicava nos jornais da Beira e de Lourenço Marques” (5)
Mas eu não sei se o António Carneiro Gonçalves aprovaria “A Escrita de Anton”. Mas é só uma dúvida, pessoal…
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(1) “Antologia Poética”, com selecção, apresentação e notas de Vergílio Alberto Vieira, “Campo das Letras – Editores, SA", Porto, Novembro de 2000.
(2) Colecção “O som e o sentido”, Académica, Lda., Lourenço Marques, Outubro de 1974.
(3) “Contos Recolhidos”, volume Nº. 5 da Colecção “O som e o sentido”, Académica, Lda.
(Obs.: Não tenho este volume, que terá sido editado depois de eu sair de Moçambique, em Março ou Abril de 1975.)
(4) “Contos e Lendas”, Colecção “Autores Moçambicanos”, Edições 70, Lda., Maio de 1981, Lisboa.
(5) J. H. (Jorge Heitor), suplemento “Mil Folhas”, do Público, edição de 06/06/03.
2006-06-12
2006-06-08
Disparos...
2006-06-06
2006-06-01
Óbidos, 27 de Maio de 2006
Quelimane em 1929 - Álbum
Uma sugestão, com o sabor nostálgico de uma memória que não temos: folhear o Álbum de Quelimane em 1929.
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/quelimanefotossecxx.msnw?Page=3
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/quelimanefotossecxx.msnw?Page=3
2006-05-31
José Carrapatoso
Por Duarte d’Oliveira
Eu conheci o Carrapatoso em Mocuba. Um amigo, com quem partilhei noites de boémia – de alta boémia – que se prolongam na memória.
O Carrapatoso era um excelente diseur. No bar do Clube Ferroviário, já com a porta fechada, pela noite dentro cantávamos baladas e fados de Coimbra. E outras cantigas, ditas de intervenção. Acompanhados à viola, por um colega (minhoto) cujo nome não lembro, ou sem viola. Mas com cerveja. Muita cerveja: Laurentina, 2 M, Manica…
Dessas noites lembro, também, o senhor, já idoso, que geria o bar. Cantava connosco. Com frequência, a solo. De forma sentida e comovente. Muitas vezes lhe vi lágrimas a descerem-lhe pelas faces. Tisnadas, sob os cabelos grisalhos. Era um homem bom. Um poeta. Ou tão-somente um eterno estudante. De capa e batina que nunca vestiu. De uma cidade onde nunca terá estado.
Um poeta. Como o José Carrapatoso. Que não escrevia – como o Mário Viegas, cuja discografia está agora a ser reeditada e distribuída pelo Público – mas dizia. De memória e verbo à solta.
Eu conheci o Carrapatoso em Mocuba. Um amigo, com quem partilhei noites de boémia – de alta boémia – que se prolongam na memória.
O Carrapatoso era um excelente diseur. No bar do Clube Ferroviário, já com a porta fechada, pela noite dentro cantávamos baladas e fados de Coimbra. E outras cantigas, ditas de intervenção. Acompanhados à viola, por um colega (minhoto) cujo nome não lembro, ou sem viola. Mas com cerveja. Muita cerveja: Laurentina, 2 M, Manica…
Dessas noites lembro, também, o senhor, já idoso, que geria o bar. Cantava connosco. Com frequência, a solo. De forma sentida e comovente. Muitas vezes lhe vi lágrimas a descerem-lhe pelas faces. Tisnadas, sob os cabelos grisalhos. Era um homem bom. Um poeta. Ou tão-somente um eterno estudante. De capa e batina que nunca vestiu. De uma cidade onde nunca terá estado.
Um poeta. Como o José Carrapatoso. Que não escrevia – como o Mário Viegas, cuja discografia está agora a ser reeditada e distribuída pelo Público – mas dizia. De memória e verbo à solta.
Uma noite, em casa de ----, uma casa de caniço, num dos subúrbios da cidade, perto da margem direita do Rio Licungo e da Ponte Cardeal Cerejeira, o Carrapatoso disse de António Gedeão o poema “Lágrima de preta”.
Disse-o tão eloquentemente que foi afastado de Mocuba e enviado para a região de Tete.
Com a discrição que as circunstâncias exigiam, mencionei o caso num conto que escrevi – e que foi publicado na página “Jovem”, do Notícias da Beira. Ao lado de dois poemas, um do Sebastião Alba e outro da Natália Correia. – Pouco tempo depois, no Comando de Agrupamento foi emitida uma “Ordem de Serviço” que determinou umas quantas interdições, entre as quais (cito de memória) a de escrever para os jornais sem prévia autorização. Devo confessar que terei forçado um pouco a nota porquanto sugeri que o conto faria parte de uma antologia já com nome: - “Dois anos embrulhados numa farda”.
Numa conversa, provavelmente na esplanada da Estalagem, sob a ramagem amena da acácia, eu disse-lhe que na adolescência conhecera uns Távoras. Numa escola (familiar) que frequentava no Restelo, em Lisboa, num prédio contíguo à moradia da viúva do tripulante (João José Nascimento Costa) do Sta. Maria que ofereceu resistência ao assalto liderado por Henrique Galvão…. . Depois de umas quantas explicações bem divertidas sobre a dispersão da família, dois séculos antes perseguida e executada pelo Sr. Marquês de Pombal, e os critérios que regularam a distribuição dos títulos de nobreza pelos sobreviventes, decidiu assumir o grau de nobreza e disse-me, brindando com outro copo de cerveja: - “Eu sou José Carrapatoso, Marquês de Távora falido e Conde de Poirez mais falido ainda”.
O José Carrapatoso, José Carrapatoso de Távora e Poirez, não integrava o Comando de Agrupamento 2972. Todavia é – para mim (e decerto que para outros colegas) – uma figura relevante do nosso tempo de guerra.
Quem sabe dele?
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Ilustração: "Nú com flores", 1960, de Malangatana, quadro Recolhido em http://www.africa.upenn.edu/Smithsonian_GIFS/Malangatana.html
2006-05-29
Mapa de Moçambique
Um mapa que permite o acesso a múltipla informação sobre Moçambique: coordenadas geográficas, distâncias, meteorologia, conversão monetária… E fotografias, websites, notícias…
Clique aqui, no Mapa de Moçambique.
Clique aqui, no Mapa de Moçambique.
2006-05-18
Mocuba – A Avenida
Descendo a Avenida, em Março de 1995. Ao fundo, o Rio Licungo.
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/zambeziamarco95.msnw?Page=2
Mocuba – A Rotunda
Decerto que todos se lembram. Pelo lado esquerdo, acedia-se ao aquartelamento.
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://groups.msn.com/Quelimane/
Quelimane - Cinema Águia
Nesta sala, assistimos a bons e maus filmes. Muitos deles indianos, provavelmente produzidos em Bollywood. Alguns – os filmes importados da África do Sul – projectados com “Legendas de caixote”.
Em 1974, no começo de Maio, no átrio de entrada, antes de iniciarmos a primeira sessão em que nos exprimimos livremente, um amigo pessoal acercou-se de mim e questionou-me, surpreendido: - “Tu também estás aqui?!...”.
(Cerca de uma dezena de anos mais tarde, numa sala de congressos de Tróia, aqui em Portugal, onde apresentei uma comunicação no âmbito da actividade profissional que exerço, reencontrei-o. Integrado no corpo de segurança privada…).
Hoje, do Cinema Águia só restam as paredes exteriores.
Em 1974, no começo de Maio, no átrio de entrada, antes de iniciarmos a primeira sessão em que nos exprimimos livremente, um amigo pessoal acercou-se de mim e questionou-me, surpreendido: - “Tu também estás aqui?!...”.
(Cerca de uma dezena de anos mais tarde, numa sala de congressos de Tróia, aqui em Portugal, onde apresentei uma comunicação no âmbito da actividade profissional que exerço, reencontrei-o. Integrado no corpo de segurança privada…).
Hoje, do Cinema Águia só restam as paredes exteriores.
2006-05-17
A Picada
Se se tratar de um troço da picada que estabelece a ligação entre Nova Freixo – Cuamba, desde a Independência – e Marrupa, todos nós passámos por aqui. Pelo menos por duas vezes.
Da primeira vez, na ida para o norte, as Berliet estavam protegidas com sacos de areia. Por causa das minas. Havia quem não escondesse o temor. Eu, depois de uma noite quase em claro – no quartel, as instalações que nos foram destinadas para pernoitar não terão sido desinfestadas e por essa razão poucos de nós lá ficaram… –, dormi. Profundamente, decerto. Entre Nova Freixo e Maúa, onde fizemos escala. Para bebermos uma cerveja - SKOL, uma marca que não se vendia em Portugal…
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Ilustração: Fotografia – com a legenda: Picada, a caminho de Cuamba (Nova Freixo) – recolhida em http://community.webshots.com/album/549603754EhEuef/0 .
Da primeira vez, na ida para o norte, as Berliet estavam protegidas com sacos de areia. Por causa das minas. Havia quem não escondesse o temor. Eu, depois de uma noite quase em claro – no quartel, as instalações que nos foram destinadas para pernoitar não terão sido desinfestadas e por essa razão poucos de nós lá ficaram… –, dormi. Profundamente, decerto. Entre Nova Freixo e Maúa, onde fizemos escala. Para bebermos uma cerveja - SKOL, uma marca que não se vendia em Portugal…
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Ilustração: Fotografia – com a legenda: Picada, a caminho de Cuamba (Nova Freixo) – recolhida em http://community.webshots.com/album/549603754EhEuef/0 .
Marrupa - Base Aérea
O “Calhambeque”, na Base Aérea, era um bom pretexto para à noite nos afastarmos de Marrupa. E de jipe, mais do que cheio, percorrermos a picada e atravessarmos a pista. No regresso, o jipe não tinha asas mas parecia querer levantar voo…
Constava que havia por ali umas bombas de “napalm”. Não as vi. E se não as vi, não sei se havia. Mas constava…
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Ilustração: Fotografia – com a legenda: Marrupa, aeródromo, base – recolhida em http://community.webshots.com/album/549603754EhEuef/0 .
Constava que havia por ali umas bombas de “napalm”. Não as vi. E se não as vi, não sei se havia. Mas constava…
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Ilustração: Fotografia – com a legenda: Marrupa, aeródromo, base – recolhida em http://community.webshots.com/album/549603754EhEuef/0 .
2006-05-12
Moçambiquizando
Pelo Mil Folhas (edição de 06/06/06), suplemento do Público, soube da publicação de Moçambiquizando, um livro de poemas de Delmar Maia Gonçalves.
O livro terá sido apresentado ontem (06/05/11, pelas 18.30 horas) na FNAC do Chiado, em Lisboa, por Guilherme de Melo e Jorge Viegas.
Não conheço o autor e o livro ainda não apareceu nos expositores da Bertrand, em Santarém – que, por razões de proximidade, é a livraria que mais frequento. Mas sei quem são o Guilherme de Melo e o Jorge Viegas.
Para a generalidade dos militares que prestaram serviço em Moçambique, Guilherme de Melo é (será) sobretudo o responsável pelo suplemento “Coluna em Marcha”, do Notícias, de Lourenço Marques. Jorge Viegas, nascido e crescido na Zambézia, autor de “O Núcleo Tenaz”, será um desconhecido.
Se o autor (e o Mia Couto) me perdoar a ousadia, é assim que se moçambiquisa: moçambiquizando…
O livro terá sido apresentado ontem (06/05/11, pelas 18.30 horas) na FNAC do Chiado, em Lisboa, por Guilherme de Melo e Jorge Viegas.
Não conheço o autor e o livro ainda não apareceu nos expositores da Bertrand, em Santarém – que, por razões de proximidade, é a livraria que mais frequento. Mas sei quem são o Guilherme de Melo e o Jorge Viegas.
Para a generalidade dos militares que prestaram serviço em Moçambique, Guilherme de Melo é (será) sobretudo o responsável pelo suplemento “Coluna em Marcha”, do Notícias, de Lourenço Marques. Jorge Viegas, nascido e crescido na Zambézia, autor de “O Núcleo Tenaz”, será um desconhecido.
Se o autor (e o Mia Couto) me perdoar a ousadia, é assim que se moçambiquisa: moçambiquizando…
2006-05-05
Mocuba: ponte sobre o Licungo
Uma imagem da Ponte – Cardeal Cerejeira, Patriarca de Lisboa… – sobre o Rio Licungo, em Mocuba.
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://anteromanuel.blogs.simplesnet.pt/
Quelimane: a Marginal
Aos domingos, era o ponto de encontro. Ao fim da tarde, toda a gente afluía à avenida marginal. Para se encontrar. Conversar…
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://anteromanuel.blogs.simplesnet.pt/
2006-05-03
Marrupa. A rua principal
Mais uma imagem de Marrupa. Desta vez, da rua principal. Cenário de dias compridos. E de um conto – “A Capulana”, publicado no suplemento “Onda Jovem”, do Notícias, de Lourenço Marques. Em 1970 ou no início de 1971.
Ao fundo da rua, do lado esquerdo (também da fotografia), na “cantina” da Argentina comia-se o frango à cafreal mais bem temperado do planalto de Marrupa.
Quelimane. Um postal ilustrado.
2006-04-27
Onde estava no 25 de Abril?
Por José Cavalheiro
Pegando no mote do Oliveira recuo no tempo.
A notícia corria na Faculdade (Engenharia do Porto). Tinha havido um golpe militar contra o regime. A situação não era bem conhecida, mas parecia que a coisa era de esquerda. Eram 10 da manhã e encontrei o Pina Moura.
- Então o que se passa?
- Parece que o regímen caiu. Tenho pouca informação.
- E o nosso encontro ao meio dia?
- O melhor é mantermos o que estava combinado. Não temos a certeza que a situação esteja completamente controlada e o seguro morreu de velho…
A manobra decorreu como de costume: estacionar a moto numa rua sem movimento; verificar possível veículo suspeito; prosseguir até o objectivo, uma ruazinha estreita e solitária para os lados da Quinta do Covelo. Sair da moto com o pacote e caminhar para poente.
Num vulgar saco de plástico um documento copiado a stencil e rolo, antecipava o 1º de Maio.
E ao meio dia em ponto lá vinha o Pina Moura , em sentido contrário.
- Então por aqui? Sabes alguma novidade?
- Parece que a coisa se concretizou mesmo. De futuro parece que não vamos ter de dar tantas voltas…. e seguiu, com o saco de plástico na mão.
Foi com esses gestos simples que se fizeram os alicerces de Abril.
J Cavalheiro, Abril de 2006
Pegando no mote do Oliveira recuo no tempo.
A notícia corria na Faculdade (Engenharia do Porto). Tinha havido um golpe militar contra o regime. A situação não era bem conhecida, mas parecia que a coisa era de esquerda. Eram 10 da manhã e encontrei o Pina Moura.
- Então o que se passa?
- Parece que o regímen caiu. Tenho pouca informação.
- E o nosso encontro ao meio dia?
- O melhor é mantermos o que estava combinado. Não temos a certeza que a situação esteja completamente controlada e o seguro morreu de velho…
A manobra decorreu como de costume: estacionar a moto numa rua sem movimento; verificar possível veículo suspeito; prosseguir até o objectivo, uma ruazinha estreita e solitária para os lados da Quinta do Covelo. Sair da moto com o pacote e caminhar para poente.
Num vulgar saco de plástico um documento copiado a stencil e rolo, antecipava o 1º de Maio.
E ao meio dia em ponto lá vinha o Pina Moura , em sentido contrário.
- Então por aqui? Sabes alguma novidade?
- Parece que a coisa se concretizou mesmo. De futuro parece que não vamos ter de dar tantas voltas…. e seguiu, com o saco de plástico na mão.
Foi com esses gestos simples que se fizeram os alicerces de Abril.
J Cavalheiro, Abril de 2006
2006-04-24
Amanhã é 25 de Abril
Por Duarte d'Oliveira
Há uns anos, o Baptista Bastos (1) lembrou-se de perguntar a umas quantas figuras mais ou menos relevantes, sobretudo nos domínios político e cultural, “Onde é que estava no 25 de Abril?”. Cidadão anónimo, eu não fui interrogado… Mas, hoje, eu pergunto-me. E respondo.
Depois de almoço, no Sporting (2), passei por minha casa para recolher o “Notícias” (3) e fui, como habitualmente, até ao Coco (4). Sentei-me ao balcão, ao lado do Diniz (5). Que bebia uma cerveja, solitário. E apreensivo. Desisti do café, de outro café, e acompanhei-o. Na cerveja. E falei-lhe da minha manhã, a primeira como funcionário público. Nos SMAE (6). Disse-lhe que trabalharia como assistente do Eng. Vassalo, responsável pelo sector de água. Disse-lhe, também, que conversáramos sobre coisas banais, inúteis. Provavelmente para nos conhecermos. E que ficara a saber, pelo próprio, que era irmão do último governador (7) do Estado da Índia Portuguesa (8). Mas o Diniz manteve-se calado. Ou quase. Era evidente a sua inquietação. Até que, depois de lançar para o ar mais uma baforada de fumo, me confidenciou. Em voz baixa: - “Mano, houve um golpe de estado em Lisboa… ”. – E acrescentou: - “A RSA (9) está a transmitir em directo… Vamos para casa! ”.
Fomos. Muito provavelmente, o Diniz ficou na Delegação do “Notícias” . Junto do pai, Moaz Gonçalves (10). Mas eu fui mesmo para casa. Onde esperei pela Eugénia (11). Para, em conjunto, acompanharmos as notícias que o RCM (12) calava. Mas que nos chegavam de Lisboa pela África do Sul.
Ao começo da noite, na Escola de Condução que começara a frequentar, eu sugeri ao instrutor (europeu) e às minhas colegas (indianas) que sintonizassem a RSA. Para saberem o que se passava em Lisboa. Não me prestaram a menor atenção. E a aula de código decorreu normalmente…
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(1) Jornalista e escritor.
(2) Restaurante do Sporting Clube de Quelimane.
(3) Diário que se publicava em Lourenço Marques.
(4) Snack-Bar “O Coco”, no rés-do-chão do Hotel Chuabo.
(5) Diniz Albano Carneiro Gonçalves.
(6) Serviços Municipalizados de Água e Electricidade.
(7) Gen. Vassalo e Silva
(8) Goa, Damão e Diu.
(9) Radio South Africa, de Johannesburg.
(10) Ex-professor, jornalista. Delegado do “Notícias” em Quelimane.
(11) Então, a minha companheira. Natural de Quelimane. Da terceira geração da família que se radicara na capital da Zambézia. Professora. Casaríamos em Junho, na velha Catedral, na marginal do Rio dos Bons Sinais.
(12) Rádio Clube de Moçambique, de Lourenço Marques.
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2006-04-20
Mocuba: O comboio
Muitos de nós viajaram de comboio entre Mocuba e Quelimane. Ou entre Quelimane e Mocuba…
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://boagente.blogspot.com/, com a legenda “Quando o comboio ia de Quelimane até Mocuba”.
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Ilustração: Fotografia recolhida em http://boagente.blogspot.com/, com a legenda “Quando o comboio ia de Quelimane até Mocuba”.
2006-04-17
Duarte d’Oliveira
Bilhete de Identidade
Nome: João José Duarte d’Oliveira
- Filiação: Francelina Alves Duarte e Estanislau d’Oliveira Macedo
Naturalidade: Covilhã
Data de nascimento: 28 de Fevereiro de 1948
Estado Civil: Separado (de facto).
- Filhos: 4 - Luís João, João Paulo, Paulo João e Joana Heloísa.
Residência
Casal do Moinho de Vale de Flores
Chamusca
Contactos
E-mail: duarte.doliveira@gmail.com
Telemóvel: 96.6177192
Telefone: 249.103 207
Correio Postal: Apartado 126, 2121 – 901 SALVATERRA DE MAGOS
Actividade profissional
Profissão: Técnico de Saúde Ambiental
Local de trabalho: Centro de Saúde de Salvaterra de Magos
Web page: Jornal de Saúde Ambiental
Nome: João José Duarte d’Oliveira
- Filiação: Francelina Alves Duarte e Estanislau d’Oliveira Macedo
Naturalidade: Covilhã
Data de nascimento: 28 de Fevereiro de 1948
Estado Civil: Separado (de facto).
- Filhos: 4 - Luís João, João Paulo, Paulo João e Joana Heloísa.
Residência
Casal do Moinho de Vale de Flores
Chamusca
Contactos
E-mail: duarte.doliveira@gmail.com
Telemóvel: 96.6177192
Telefone: 249.103 207
Correio Postal: Apartado 126, 2121 – 901 SALVATERRA DE MAGOS
Actividade profissional
Profissão: Técnico de Saúde Ambiental
Local de trabalho: Centro de Saúde de Salvaterra de Magos
Web page: Jornal de Saúde Ambiental
Lourenço Marques
A primeira paragem, em Moçambique, foi em Lourenço Marques. A capital. Que, após a Independência, o governo presidido por Samora Machel baptizou de Maputo.
……….
Ilustração: Fotografia recolhida em http://www.aemo.org/imagens2.html .
2006-04-11
(Re) Encontro em Óbidos
O (re) encontro dos ex-militares que integraram o Comando de Agrupamento 2972 será no próximo dia 27 de Maio, em Óbidos.
De acordo com o Programa elaborado pelo Rui Nunes, mais uma vez a desempenhar o papel de organizador, “a concentração será às 10.00 horas, no parque de estacionamento junto à entrada de Óbidos”. Seguir-se-á uma visita guiada à vila – um bom pretexto para se saborear uma ginjinha –, conduzida por Carlos Orlando, e, depois, “partiremos para o almoço que será servido no Restaurante Quinta do Castro”, em Pragança, Cadaval.
O Rui Nunes garante que o almoço inclui animação.
Eu, Sem Camuflado, já lhe propus o visionamento do Natal 71, um filme de Margarida Cardoso construído sobre um célebre LP oferecido pelas senhoras do Movimento Nacional Feminino. No ano em que foi gravada, em condições técnicas rudimentares, e distribuída sub-repticiamente, a cassete áudio com o “Cancioneiro do Niassa”. Para voltarmos a ouvir “A erva lá na picada”…
De acordo com o Programa elaborado pelo Rui Nunes, mais uma vez a desempenhar o papel de organizador, “a concentração será às 10.00 horas, no parque de estacionamento junto à entrada de Óbidos”. Seguir-se-á uma visita guiada à vila – um bom pretexto para se saborear uma ginjinha –, conduzida por Carlos Orlando, e, depois, “partiremos para o almoço que será servido no Restaurante Quinta do Castro”, em Pragança, Cadaval.
O Rui Nunes garante que o almoço inclui animação.
Eu, Sem Camuflado, já lhe propus o visionamento do Natal 71, um filme de Margarida Cardoso construído sobre um célebre LP oferecido pelas senhoras do Movimento Nacional Feminino. No ano em que foi gravada, em condições técnicas rudimentares, e distribuída sub-repticiamente, a cassete áudio com o “Cancioneiro do Niassa”. Para voltarmos a ouvir “A erva lá na picada”…
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