2010-08-16

Marrupa. Passaram-se 40 anos


Agosto de 1970. Há precisamente 40 anos chegámos a Marrupa, no Niassa. Ao longo de pouco menos que um ano, quase diariamente percorríamos esta avenida. Para nos determos numa das cantinas, beber uma “média”, ler e escrever. Para conversar com os amigos que entretanto criámos entre a população.

Numa dessas cantinas, escreví o conto “Capulana” (que não reencontro) publicado (em 1971) no suplemento “Onda Jovem” do “Notícias” de Lourenço Marques.

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Ilustração: Fotografia recolhida em Moçambique – Um olhar acidental

2010-08-15

Sport Quelimane e Benfica


A sede e o pavilhão (multiusos, como agora se diz) do SQB, Sport Quelimane e Benfica. Gradeada, como nunca a ví – até meados de 1975.

Outros são os tempos…

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Ilustração: Fotografia por Maria João Oliveira Julião (2010, Julho).

O Mercado Municipal


Perto dos SMAE, Serviços Municipalizados de Água e Electricidade (de Quelimane), o Mercado Municipal. Quantas vezes, eu, ao passar por aqui, no regresso a casa (depois das 13.00 horas) não comprei aquí abacaxis por 5 (cinco) “quinhentas(*)!…

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(*) Quinhenta – designação corrente da moeda de $50 (cinquenta centavos).

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Ilustração: Fotografia por Maria João Oliveira Julião (2010, Julho).

A nossa casa


Foi nesta casa que nós morámos, até meados de 1975. Nós, eu e a Gena (Maria Eugénia Borges Raínho Gonçalves de Sousa). Em Quelimane, no final da rua onde se sedia(va) o SQB, Sport Quelimane e Benfica. Ainda assistimos à colocação das grades nas varandas, por razões de segurança motivada pelo medo (não devemos recear as palavras) que desde a chegada dos militares da Frelimo começou a contaminar a vida social…

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Ilustração: Fotografia por Maria João Oliveira Julião (2010, Julho)

Vizinhos


O pequeno logradouro principal está entaipado. No tempo em que o medo ainda não havia devassado Quelimane, nesta casa vivia a Maria das Neves, professora – que ainda antes da Independência de Moçambique retornou à sua víla natal (em Portugal), hoje cidade, a cerca de 25 km do sítio onde amanho os dias. Continuamos vizinhos, 35 anos depois…

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Ilustração: Fotografia por Maria João Oliveira Julião (Julho, 2010).


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2010-06-01

Quelimane, Maio de 2010


De Quelimane, cidade, as notícias que nos chegam por diversos meios não são as melhores. Parece, até, que pioram uma após a outra. Causam-nos amargura, dor e tristeza. E nem intentamos imaginar a rudeza do quotidiano da pessoas do velho Chuabo. As fotografias são suficientemente expressivas.

Como a que seleccionei para ilustrar este “post” – uma fotografia que colhi no álbum Quelimane (cerca de 30 fotografias) de Maria João Oliveira Julião, que, na semana passada, percorreu a Marginal (é verdade, é a Marginal) ao longo do Rio dos Bons Sinais…

Quelimane, uma cidade empobrecida e votada ao abandono.

2010-02-26

A chuva. Torrencial, também em Quelimane (Moçambique)


O Inverno tem sido trágico. Aqui em Portugal e um pouco por todo o mundo. O frio, o vento e a chuva (e também a neve, em alguns locais) persistem. Espalhando a dor e a desolação.

Há pouco, pelos noticiários televisivos de Portugal e de Espanha, soube que as previsões meteorológicas apontam para (durante a próxima noite) o agravamento do estado do tempo nas Canárias e na Galiza, com ventos ciclónicos e chuvas intensas. Chuvas e ventos que também assolarão a Madeira e a costa continental.

Anuncia-se a subida do nível da água nos rios - particularmente do Tambre e do Guadalquivir (em Espanha) e do Douro e do Tejo (em Portugal) - que em alguns pontos já transpuseram as margens e determinaram deslocação de pessoas para lugares seguros disponibilizados pela protecção civil.

Eu, nós, estamos informados e sabemos que dispomos de recursos sociais de protecção das populações e de auxílio às pessoas mais afectadas. O que não sucederá noutras regiões do mundo, onde, não sendo inverno, também chove calamitosamente e onde as populações apenas resistem às intempéries. Como sucedem em Quelimane, na Zambézia - pelas notícias (que me doem) que me chegaram através do Diário de um Sociólogo (Carlos Serra, Maputo) –, uma cidade que as vicissitudes políticas castigaram com a pobreza…

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Ilustração: Fotografia recolhida em Diário de um Sociólogo.
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Nota:Post” publicado no Jornal de Saúde Ambiental